As organizações tradicionais, otimizadas para previsibilidade e eficiência, não são mais capazes de se adaptar às mudanças de um mundo imprevisível. Algumas poucas estão dando passos em direção ao novo paradigma, chamado de evolucionário ou responsivo. Se a sua empresa faz parte desse grupo, ela deve apresentar alguns dos 5 sinais descritos abaixo.

1) Existe um propósito brilhante que atrai as pessoas

As Organizações Responsivas fazem pouco uso de mecanismos de controle e supervisão. O velho “chicote” acaba perdendo o sentido em um ambiente onde todos estão ali por algo além do verdinho no final do mês. Estas organizações possuem um propósito brilhante que atrai investidores, clientes, fornecedores e colaboradores. Bônus e incentivos? São raros, às vezes desnecessários. As pessoas precisam receber o suficiente para que dinheiro não seja um problema. E esta quantia é bem menor do que imaginamos.

O propósito não é o lucro. É algo maior, uma contribuição. A Geekie, uma startup de educação, tem como propósito “Inovar o aprender, inspirando todos a atingirem o seu melhor”. Entendeu?

Se o propósito está presente…

  • … no discurso
  • … nas comemorações
  • … nas decisões de priorização
  • … nos objetivos

Então você pode estar trabalhando em uma Organização Responsiva!

2) O poder é distribuído e todos podem exercitá-lo

Toda vez que assisto “O Sócio” e vejo o Marcus Lemonis dizer “está tudo errado, você precisa estabelecer uma cadeia de comando na sua empresa!”, eu fico pasmo. Estabelecer uma “cadeia de comando” não é a única forma de obter ordem ou conseguir o que você quer na sua organização.

Nas Organizações Responsivas, o poder é distribuído e delegado aos que estão na linha de frente. Não existe um chefe que vai aprovar tudo o que você faz, ou ser o responsável pelas suas decisões. Você que é!

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3) O erro é encorajado

Nas organizações otimizadas para a previsibilidade (Revolução Industrial), o erro era desencorajado porque os processos e comportamentos eram extremamente previsíveis. Hoje, sabemos que inovação não existe sem erros. Se você não errar, você não inova.

As Organizações Responsivas adotam abordagens de experimentação, onde todos são convidados a se arriscar e errar. Se algum processo crítico falha, todos os envolvidos se reúnem e analisam as causas sistêmicas, sem buscar um culpado. Parece com a sua?

4) Você não tem um chefe

Pense bem. Em um ambiente onde existe um propósito brilhante e o poder é distribuído, por que você precisaria do tradicional “chefe”? É por isso que em muitas Organizações Responsivas essa figura não existe. As funções do chefe são distribuídas entre vários papéis e/ou processos, sendo que fica mais difícil dizer “quem é ele”. Nestas organizações, a liderança é situacional e emergente, não sendo necessário apontar uma “referência”.

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5) Dados “sensíveis” são acessíveis a todos da organização

Você conhece a situação econômica da sua organização? A receita, o fluxo de caixa, as despesas?

Influenciadas pela “administração científica” de Taylor, muitas empresas ainda mantêm a mentalidade de que os trabalhadores não devem se envolver com as questões administrativas:

“Eles devem simplesmente executar. Apertar parafusos. Afinal, se eles souberem, poderão usar estas informações contra a empresa.”

Este pensamento era perfeitamente justificável na Revolução Industrial, onde o funcionário trabalhava pelo dinheiro e não precisava ser criativo ou inovador.

Nas Organizações Responsivas, a transparência permite com que todos tenham as informações necessárias para tomar decisões. Os benefícios potenciais de confiar a informação são maiores do que os riscos associados ao mau uso. É o caso da sua empresa?

Quais sinais estão presentes na sua organização? Ela é responsiva? Comente abaixo :)

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Sobre o(a) autor(a): Davi Gabriel Zimmer da Silva

Davi é designer organizacional e facilitador na Target Teal, especializado em melhorar interações entre times e indivíduos no ambiente corporativo. É pioneiro na prática de Holacracia no Brasil e co-autor da Organização Orgânica, uma abordagem brasileira para autogestão. Davi é formado em Sistemas de Informação pela UNISINOS e pós-graduado em Psicologia Positiva pela PUCRS. É amante dos temas desenvolvimento humano e de organizações, produtividade, futuro do trabalho e cultura organizacional.

3 Comments

  1. Rocky 12 de agosto de 2019 às 01:34 - Responder

    Parabéns pelo artigo.

    Você tem indicação de algum livro sobre responsividade?

    • Rodrigo Bastos 4 de setembro de 2019 às 08:32 - Responder

      Olá Rocky, existem alguns. Em português muito pouco. Exceto o livro do Frederick Laloux, Reinventando as Organizações.

  2. José 11 de março de 2024 às 13:43 - Responder

    Bem interessante! Qual é o propósito brilhante da Target teal?

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