Um pouco perverso, mas real 💥
O líder de um time, queria que as pessoas tivessem mais iniciativa e que fossem mais autônomas.
Vou chamar ele de Jorge.
Ele se sentia muito sobrecarregado, via que o time dependia dele para tudo, não conseguiam dar um passo sozinhos.
Comecei a participar das reuniões deles. Em uma delas o Leo contou sobre uma pequena mudança que ele fez no produto por conta de um problema que apareceu na hora do desenvolvimento. Era um time de desenvolvedores.
Nesse momento o Jorge começou a fazer perguntas, que mais parecia acusações.
Depois ele disse: “Eu sempre preciso ser consultado para decisões como essa.”
Acho que você já deve ter percebido uma contradição nessa pequena história.
Daria para explorar vários pontos desse pequeno recorte.
Os acordos explícitos que não existiam.
A abstração de falas como: “decisões como essa”, “autonomia”, “iniciativa”.
Mas hoje, quero falar de algo que é perverso, mas infelizmente comum.
A relação de duplo vínculo, um conceito desenvolvido pelo Gregory Bateson.
É quando existe uma situação em que uma pessoa (sujeito) recebe mensagens conflitantes ou contraditórias de outra pessoa (superior) que possui maior autoridade ou que o sujeito respeita. Isso gera um um dilema impossível de ser solucionado.
É perverso porque não têm saída, se você fizer X será punido, se fizer Y também será punido.
Alguns exemplos:
- Um líder que diz “seja proativo” mas critica qualquer iniciativa sem seu aval prévio.
- Pais que afirmam “pode contar sempre conosco” mas punem a expressão de emoções negativas.
- Um líder que fiz, você precisa ser espontânea.
É comum que essas contradições estejam ocultas.
O primeiro passo é reconhecer que a relação de duplo vínculo existe e que coloca pessoas “subordinadas” em situações insolúveis.
Só depois dá para começar a abrir diálogo sobre esse fenômeno.
Você já vivei relações de duplo vínculo? |
Deixar um comentário