A gestão compartilhada é muito conhecida na gestão pública, onde se refere à participação dos cidadãos na resolução de problemas sociais. Mas o que veremos nesse texto, é que esse mesmo conceito tem sido aplicado na iniciativa privada, mas com um significado diferente. Gestão compartilhada, gestão horizontal e autogestão são todos sinônimos para nós na Target Teal. Inclusive já escrevemos um post extenso sobre o assunto, onde detalhamos diferentes perspectivas, vantagens e casos reais de empresas que resolveram tornar a gestão compartilhada ao invés de responsabilidade exclusiva dos chefes. A hiperespecialização do trabalho promovida por Frederick Taylor na revolução industrial nos levou a uma separação entre quem pensa e quem faz. É comum vermos nas organizações diversos gestores, responsáveis por tomar decisões estratégicas sobre o negócio, mas que não mexem um dedo para fazer as coisas acontecerem na prática. Essa divisão é tão comum e intrínseca ao mundo do trabalho, que nem sequer achamos isso estranho. Essa forma de tratar a gestão – como algo que é responsabilidade dos gestores – tem um impacto profundo na motivação no trabalho. Por exemplo, passar o dia todo montando planilhas e relatórios sobre decisões que você não vai tomar (o seu chefe vai) não deve contribuir muito para o seu senso de maestria e propósito.

A mudança para a gestão compartilhada está chegando

No entanto, o futuro é promissor. A automação e a inteligência artificial tornarão o trabalho “manual” cada vez menos necessário e é possível que essa tendência de segmentação se reverta. Os estágios de desenvolvimento organizacional do Laloux mostram que para resolver problemas cada vez mais complexos, as organizações precisam se reinventar. E parte disso passa por tornar a gestão compartilhada. Além da questão da motivação, a gestão compartilhada torna as decisões mais eficazes. Quanto menor for a distância (em níveis hierárquicos), entre quem toma a decisão e quem sente o impacto, menor é a perda de informação e portanto mais eficaz é a decisão.
Se quiser entender melhor sobre como diferentes organizações no mundo todo estão se movendo em direção à gestão compartilhada, leia esse post sobre autogestão.

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Sobre o(a) autor(a): Davi Gabriel Zimmer da Silva

Davi é designer organizacional e facilitador na Target Teal, especializado em melhorar interações entre times e indivíduos no ambiente corporativo. É pioneiro na prática de Holacracia no Brasil e co-autor da Organização Orgânica, uma abordagem brasileira para autogestão. Davi é formado em Sistemas de Informação pela UNISINOS e pós-graduado em Psicologia Positiva pela PUCRS. É amante dos temas desenvolvimento humano e de organizações, produtividade, futuro do trabalho e cultura organizacional.

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